A fáscia é um tecido conjuntivo localizado abaixo da pele que reveste os músculos, dando a eles sustentação e posicionamento durante os movimentos.
O que sabemos é que pode ocorrer um distúrbio no turnover do colágeno desse tecido e uma proliferação dos miofibroblastos. Isso dá origem a nódulos palmares pré-tendinosos e, posteriormente, a cordas espessas que estão na origem das contraturas dos dedos.
Esta doença surge, mais frequentemente, entre a 5ª e a 7ª década de vida, atinge preferencialmente caucasianos e tem elevada prevalência em indivíduos com descendência do norte da Europa.
Além disso, em até 45% dos casos, afeta simultaneamente as duas mãos (bilateral). No restante das situações, a doença afeta apenas uma mão, sendo o lado direito mais frequentemente envolvido.
O dedo anelar é o mais afetado, seguido do dedo mínimo. O dedo polegar e o indicador são tipicamente os que menos sofrem com este distúrbio.
A fisiopatologia da doença de Dupuytren ainda é desconhecida. Ou seja, não entendemos exatamente quais os fatores específicos que causam o espessamento e a curvatura da fáscia da palma da mão.
Sabemos que esta é uma doença hereditária comum e ocorre com maior frequência em pessoas com diabetes, alcoolismo ou epilepsia.
Normalmente, o primeiro sintoma da contratura de Dupuytren é o surgimento de um nódulo sensível na palma da mão.
Tende a aparecer com maior frequência no dedo anelar ou mínimo e, inicialmente, pode causar desconforto, mas com o passar do tempo torna-se indolor.
Então, os dedos passam a curvar-se de forma progressiva e isso piora a ponto da mão começar a arquear e adquirir a forma de garra.
Dessa maneira, para o diagnóstico da doença realizamos um exame físico e já identificamos o problema. Raramente, exames complementares são necessários.
Caso seja necessário, o tratamento inclui o uso de uma agulha para quebrar o tecido que mantém o dedo dobrado.
Além disso, podemos realizar uma injeção de corticosteroide no nódulo para ajudar a diminuir a sensibilidade da área, apesar da injeção não retardar a evolução da doença.
Em casos nos quais o paciente não consegue colocar a mão aberta sobre a mesa ou quando os dedos estiverem curvos a ponto de afetar a função da mão, podemos indicar a cirurgia.
No entanto, é preciso estar ciente que a contratura de Dupuytren pode retornar, caso a remoção da fáscia seja incompleta ou uma nova fáscia afetada se desenvolva.
Assim, é essencial contar com um ortopedista especialista em mão experiente, que será capaz de avaliar o caso com cautela e indicar o tratamento mais adequado para cada situação.
Dr. Bruno Leme do Carmo CRMSP 152042 | RQE 78247/78248 - Este site obedece as orientações do Conselho Federal de Medicina e do Código de Ética Médica, que proíbe a apresentação de fotos de pacientes, resultados ou procedimentos. As informações nele contidas podem variar conforme cada caso e representam apenas uma ideia genérica do atual estágio das técnicas apresentadas, não substituindo, em hipótese alguma, uma consulta médica tradicional e muito menos representando promessas de resultados.